O rio da vida (continuação)

Pode ler a primeira parte clicando aqui.
 
[Acabara de descer da primeira condução, quando avistei a segunda vindo do outro lado da rua, até que atravessei e consegui. Coração ainda aceso, e as ideias borbulhavam, então sentei-me.

Pouco depois subiu uma senhora, que normalmente pega este mesmo ônibus comigo umas três vezes por semana, e geralmente quando entra procura um assento vazio do lado da janela que ela abre para correr o vento. A surpresa foi que ela sentou ao meu lado, mesmo com ônibus cheio de cadeiras vazias, inclusive na janela, porque no máximo haviam sete pessoas ali.

Começamos a conversar, muito comunicativa e enfática nas suas colocações, mas uma visão negativista de tudo. Primeiro pensamento foi: Deus, será mesmo que posso ajudar de alguma forma, com todo respeito, veja que todo assunto cai para uma ótica negativa. Já no segundo: Ela nunca senta ao meu lado, e não foi por acaso que isso aconteceu hoje, haverá alguma forma de ajudar.

Era um dia especial onde estava muito empático, e sorria para ela ouvindo, o que a deixava com olhar intrigado. Na verdade sorria porque comecei a entender a beleza daquela senhora. Na verdade ela queria mudar o mundo, queria as pessoas se respeitassem, e para ela muita coisa precisava melhorar. De fato estava certa. Disse-me que iria cursar ciências políticas, e frisou "Eu quero entrar lá no meio deles, para saber se perderia a minha integridade".

Sorri porque estava feliz, estava percebendo o que me cabia fazer. E aos poucos fui encaixando as palavras certas, e mesmo ela retrucando intuitivamente fui passando...

O mundo estava criando consciência, e isso é muito positivo. A comunicação foi a grande revolução dos últimos anos. Todas essas ferramentas de conversas instantâneas, redes sociais, engines de pesquisas, sites e blogs; tudo isso se tornou veículo potencial de expansão de consciência. E finalmente nós estávamos acordando para isso, para fazer um uso disso para propagar as informações por toda a terra. As distancias foram mais encurtadas. Aquilo que era restrito se tornou público. Está tudo as vistas, não dá para esconder mais as coisas como antes.

Haviam muitas mudanças boas no mundo. Países que há dezenas de anos estavam apartados, agora conversam, fazem acordos novos. Religiões dando as mãos para projetos nobres. Mais e mais pessoas procurando se espiritualizar. Cuidado com a terra e poluição. O próprio Brasil expandiu suas relações com mais países nos últimos anos, e realizou o começo da tão falada distribuição de renda, e isso mesmo afundado em corrupções, mas que agora estão a vista, mas no igualmente no mundo também está. 

Olhando a longo prazo veja o salto. Nós, os seres humanos, no passado invadíamos cidades, matávamos cruelmente os homens, estuprávamos as esposas, escravizávamos seus filhos. Hoje nós pensamos: como pode já ter existido escravidão em massa no mundo, e era normal, era "legal", era "mercadoria", trocava-se, vendia-se. Já existiu muito mais impunidade e insegurança. Antes só a classes nobres tinha acesso ao ensino da escrita e leitura, enquanto as massas ficavam a margem mergulhadas em profunda ignorância, sem saber de nada e engolindo boatos e boatos, servindo a nobreza e sem perspectiva nenhuma de crescimento ao menos intelectual em sua geração ou nas próximas.

No futuro talvez nós mesmos vamos olhar para trás e ver as coisas ainda erradas de hoje numa nova ótica, dizendo: Meu Pai, já existiu isso no nosso mundo?

O mundo tem avançado muito, mas só nos é colocada a ótica negativa, não por audiência, mas por mero mecanismo de poder. Se lança moda, lança qualquer coisa. Pode-se instruir ao invés de plantar o consumismo, o medo e a culpa. O processo é repetir, repetir e programar, e assim são os mecanismos da mente. Mas felizmente há outros meios de conhecer a verdade Graças ao Criador e aos irmãos que lutam por isso há anos. E assim é.

Veja o mundo está se tornando um lugar melhor, e nós fazemos parte disso tudo.

... Ela ficou me olhando. Orgulho um tanto visivelmente ferido, mas nesse dia o sorriso e a energia que o Pai depositou em mim estavam contagiantes, e logo ela sorriu e pediu para que conversássemos mais em outras oportunidades.

Senti que tinha conseguido servir ao propósito que me cabia, e quase "pulei fora" do fluxo, mas confiei e continuei seguindo a intuição, acreditando que de alguma forma seria possível transmutar a negatividade para a positividade.

Grande abraço.
ascendente999@gmail.com ]

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Autor: Ascendente 999 ~ ascendente999@gmail.com

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